Roubo de sinais de trânsito, destruição de pinos e degradação do piso prejudicam projeto anti-erosão.
Era apontada pelo projeto Polis do Litoral Sudoeste (PLS) como uma intervenção inovadora nas praias portuguesas e uma solução para a erosão daquela costa. A verdade é que ainda antes da conclusão das obras no parque de estacionamento na praia do Malhão, em Odemira, já o pavimento e balizadores de plástico reciclado foram destruídos e os sinais de trânsito roubados. Apesar deste revés, os responsáveis garantem que a requalificação termina até à próxima época balnear.
A gestão do Polis já perdeu a paciência e há cerca de um mês apresentou queixa na GNR para tentar travar a destruição no Malhão, intervenção orçada em 1,2 milhões de euros. Mas nem as autoridades têm conseguido impedir que, por exemplo, alguns “aceleras” ali se desloquem durante a noite com viaturas todo-o-terreno para radicais gincanas. “Têm dado cabo disto”, lamenta João Alves, administrador do PLS, justificando que este género de pavimento está preparado para suportar viaturas que circulem a 20 ou 30 quilómetros por hora. “Vêm para aqui com malabarismo a velocidades de 70 ou 80 quilómetros por hora e fazem saltar a gravilha”, sublinha, numa altura em que a própria estrutura de alvéolos – uma tela com a função de suster a gravilha – também já apresenta danos em ambos os parques com uma capacidade total de 600 lugares, distribuídos por dois hectares.
Os técnicos classificam a zona como “extremamente sensível”, após ter estado durante anos sujeita a uma utilização “completamente selvagem e desregrada”.