O Ministério do Ambiente vai criar uma comissão de acompanhamento para minimizar o impacto do Marés Vivas na Reserva Natural Local do Estuário do Douro, mas não rejeita a localização escolhida pela Câmara de Gaia para o festival, como pretendia a Quercus.
Os concertos realizar-se-ão nos dias 14 a 16 de julho no futuro parque do Vale de São Paio, que nascerá na encosta em frente à reserva natural. A nova localização dista cerca de 90 metros da área protegida e serve de refúgio a centenas de espécies.
A mudança deve-se ao facto do espaço utilizado pelo festival nos últimos anos (a 900 metros da reserva natural) ser parcialmente privado e os proprietários dos terrenos querem urbanizá-los. Em causa está a construção de sete edifícios de oito e de nove pisos (seis já licenciados) em zona inundável do rio Douro que o atual presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, quer travar.
No entanto, a Quercus rejeita a realização do festival num espaço verde tão próximo da reserva por entender que causará graves danos às aves. Esta terça-feira, admitiu apresentar queixas ao Ministério do Ambiente, ao Ministério Público e nos tribunais, se o Município de Gaia não alterasse o local dos concertos.
A resposta do Ministério do Ambiente não tardou e chegou esta quarta-feira. Atento ao debate, o ministro João Pedro Matos Fernandes ordenou a criação de uma comissão de acompanhamento do Marés Vivas, que integrará três representantes do ministério. No entanto, o Governo não rejeita a localização escolhida para o festival pelo Município gaiense.