Um estudo da Universidade de Coimbra revela que a poluição por microplásticos começa a afetar, pela primeira vez, os animais da Antártida
Uma equipa de investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (FCTUC) confirmou que este tipo de poluição “já entrou na cadeia alimentar marinha”.
“Ao analisarem a dieta de pinguins gentoo Pygocelis papua em duas regiões da Antártida, os investigadores observaram que 20% das 80 amostras de fezes das aves continham microplásticos”, afirma a FCTUC numa nota enviada à Lusa.
As partículas de plástico, com comprimento inferior a cinco milímetros, têm “diversas tipologias, formas e cores, o que indica uma grande variedade de possíveis fontes destes microplásticos”.
“A poluição marinha por plásticos é reconhecidamente uma ameaça aos oceanos em todo o mundo, mas só recentemente tem havido um aumento do esforço científico sobre microplásticos”, sublinha a FCTUC.
“Em zonas mais remotas do planeta, como a Antártida, esperava-se que a presença de microplásticos fosse muito reduzida, embora estudos recentes já tenham encontrado microplásticos em sedimentos e nas águas do Oceano Antártico”, destaca a Faculdade.
José Xavier, autor sénior do artigo, afirma que “esta descoberta é de muita importância para desenvolver novas medidas para reduzir a poluição na Antártida, particularmente relacionada com plásticos, podendo servir de exemplo para outras regiões do mundo”.
Adaptação da notícia de Lusa publicada no Diário de Notícias a 2 de outubro de 2019