Câmara de Castelo de Vide propõe ecoparque na albufeira de Póvoa e Meadas

A Câmara de Castelo de Vide, no Alto Alentejo, quer gerir uma área de 25 hectares junto ao paredão da barragem de Póvoa e Meadas para criar um ecoparque

A autarquia espera que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), proprietária do espaço, aceite a proposta para que seja criado um ecoparque, num investimento de 500 mil euros.

“Se não for a câmara a tratar os 25 hectares de terreno, tenho a certeza absoluta que vão ficar ao abandono”, alertou o autarca de Castelo de Vide, no distrito de Portalegre.

António Pita adiantou à agência Lusa ter já apresentado ao Governo a intenção do município em gerir o espaço e criar um ecoparque com centro de interpretação, percursos interpretativos em torno da albufeira, um cais e mobiliário para a prática de desportos aquáticos, um parque de caravanismo, um parque de campismo, um pavilhão multiusos e um restaurante com bar e cafetaria.

“A barragem só vai ser requalificada no dia em que a câmara municipal, por estar próxima, por ser estratégica e ser a principal interessada, fizer a gestão do território. Não tendo essa competência e estando de mãos atadas, não pode fazer nenhuma coisa”, sublinhou.

O terreno que a câmara quer gerir é o mesmo onde já decorreu o Festival Andanças, que este ano previa regressar ao local mas a organização cancelou recentemente o evento, alegando que o certame regressará com um “formato adaptado” aos desafios emergentes.

Sobre o Andanças, o autarca disse esperar que continue a ser realizado em Castelo de Vide, tendo já solicitado à organização, a PédeXumbo – Associação para a Promoção da Música e Dança, uma resposta sobre a continuidade do festival no concelho.

O cancelamento do festival de 2019 foi anunciado no início deste mês, através de um comunicado divulgado na página de Internet da PédeXumbo, que alega não estarem reunidos os “pressupostos necessários” para realizar o evento, inicialmente previsto para o período entre 4 e 10 de agosto.

“Este regresso tinha como primordial objetivo assegurar que todos os participantes voltassem a desfrutar de um Andanças com duração de sete dias, pleno de entretenimento, com segurança e conforto”, referiu a organização.

Contudo, “apesar de todas as diligências realizadas, é neste momento impossível garantir os pressupostos necessários à realização do que projetámos para esta edição”, lê-se no documento.

A organização do festival, que este ano cumpria a sua 24.ª edição, alegou ainda que não existe um espaço alternativo à albufeira de Póvoa e Meadas, situação que torna “inviável” prosseguir com o processo de produção.

Adaptação da notícia de Lusa no Diário de Notícias a 17 de junho de 2019