Partido da Terra acusa outros de aproveitamento ambientalista

José Inácio Faria afirma que o seu partido “desde sempre teve o pilar da ecologia e humanismo muito vincados na atividade política local, nacional e internacional” enquanto outros partidos apenas começaram a abordar este tema agora por aproveitarem a onda ambientalista

© André Kosters / LUSA

O presidente do Partido da Terra (MPT) afirma-se como o único interlocutor para as questões climáticas em Portugal e acusa os outros partidos que abordam este tema recentemente de “eco-oportunistas” por estarem a pensar nos votos.

Desde há 26 anos o partido assegura-se como “o pilar da ecologia e humanismo muito vincados na atividade política local, nacional e internacional”. A recuperar de uma crise interna que recentemente terminou quando o Tribunal Constitucional reconheceu José Inácio Faria como presidente da Comissão Nacional, o Partido da Terra concorreu às eleições legislativas de 6 de outubro.

“Onde estavam os partidos com assento parlamentar – que têm uma disposição que os outros partidos não têm, porque têm os apoios que os outros partidos não têm – nas grandes ações de alterações climáticas pelo mundo inteiro e em Portugal também: Almaraz, Retortillo [extração de urânio], Peneda-Gerês, a exploração de lítio que se pretende fazer, a exploração de petróleo ‘offshore’. Falam agora, a dois anos das eleições, sobre as questões das alterações climáticas”, questiona o cabeça de cartaz do MPT.

Por isso, considera que “o ambiente não é só as alterações climáticas”, embora o chavão do clima se tenha tornado “moda”.

O partido foi criado em 1933 pelo arquiteto Gonçalo Ribeiro Teles, agora presidente honorário do MPT.

Adaptação da notícia de Lusa no Diário de Notícias a 16 de Setembro de 2019

Treetop walk: Parque de Serralves tem uma nova viagem pelo topo das árvores

Nova modalidade para conhecer o Parque da Fundação de Serralves, no Porto, leva o visitante a percorrer 250 metros ao nível da copa das árvores e a admirar a paisagem de uma nova perspetiva

Foto Pedro Granadeiro / Global Imagens

O novo percurso do Parque da Fundação de Serralves foi concebido pelos arquitetos Carlos Castanheira e Álvaro Siza Vieira, tendo sempre em atenção a preservação do ecossistema. Nenhuma árvore foi deitada abaixo e os materiais utilizados foram todos sustentáveis, incluindo a madeira reciclada e recuperada de demolições e incêndios que deram origem ao chão do passadiço.

Durante o trajeto de 250 metros entre as várias árvores e vegetação, o intuito é apreciar a natureza e a biodiversidade do Parque de uma prisma diferente do normal, continuando com o trabalho já realizado pela Fundação ao longo dos anos para a proteção da fauna e da flora. Este passeio verde pretende ser ainda uma nova forma para “educar, estudar e transmitir conhecimentos”, salienta Ricardo Bravo, coordenador técnico do Parque.

Pelo custo de dez euros, o novo passadiço do Parque de Serralves poderá ser feito através de visitas guiadas ou de forma autónoma, com ajuda de uma aplicação móvel que vai identificar os pontos de interesse como, por exemplo, o miradouro sob o lago e o auditório pensado especialmente para as sessões de serviço educativo.

Adaptação da notícia de Ana Teixeira no Jornal de Notícias a 13 de setembro de 2019

Câmara de Castelo de Vide propõe ecoparque na albufeira de Póvoa e Meadas

A Câmara de Castelo de Vide, no Alto Alentejo, quer gerir uma área de 25 hectares junto ao paredão da barragem de Póvoa e Meadas para criar um ecoparque

A autarquia espera que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), proprietária do espaço, aceite a proposta para que seja criado um ecoparque, num investimento de 500 mil euros.

“Se não for a câmara a tratar os 25 hectares de terreno, tenho a certeza absoluta que vão ficar ao abandono”, alertou o autarca de Castelo de Vide, no distrito de Portalegre.

António Pita adiantou à agência Lusa ter já apresentado ao Governo a intenção do município em gerir o espaço e criar um ecoparque com centro de interpretação, percursos interpretativos em torno da albufeira, um cais e mobiliário para a prática de desportos aquáticos, um parque de caravanismo, um parque de campismo, um pavilhão multiusos e um restaurante com bar e cafetaria.

“A barragem só vai ser requalificada no dia em que a câmara municipal, por estar próxima, por ser estratégica e ser a principal interessada, fizer a gestão do território. Não tendo essa competência e estando de mãos atadas, não pode fazer nenhuma coisa”, sublinhou.

O terreno que a câmara quer gerir é o mesmo onde já decorreu o Festival Andanças, que este ano previa regressar ao local mas a organização cancelou recentemente o evento, alegando que o certame regressará com um “formato adaptado” aos desafios emergentes.

Sobre o Andanças, o autarca disse esperar que continue a ser realizado em Castelo de Vide, tendo já solicitado à organização, a PédeXumbo – Associação para a Promoção da Música e Dança, uma resposta sobre a continuidade do festival no concelho.

O cancelamento do festival de 2019 foi anunciado no início deste mês, através de um comunicado divulgado na página de Internet da PédeXumbo, que alega não estarem reunidos os “pressupostos necessários” para realizar o evento, inicialmente previsto para o período entre 4 e 10 de agosto.

“Este regresso tinha como primordial objetivo assegurar que todos os participantes voltassem a desfrutar de um Andanças com duração de sete dias, pleno de entretenimento, com segurança e conforto”, referiu a organização.

Contudo, “apesar de todas as diligências realizadas, é neste momento impossível garantir os pressupostos necessários à realização do que projetámos para esta edição”, lê-se no documento.

A organização do festival, que este ano cumpria a sua 24.ª edição, alegou ainda que não existe um espaço alternativo à albufeira de Póvoa e Meadas, situação que torna “inviável” prosseguir com o processo de produção.

Adaptação da notícia de Lusa no Diário de Notícias a 17 de junho de 2019

 

 

Serralves celebra a natureza com quase 80 mil visitantes na Festa do Outono

Nos dias 28 e 29 de Setembro, a Fundação Serralves, no Porto, contou com quase 80 mil pessoas naquela que foi a 6ª edição da Festa do Outuno, mais 30% do que na edição anterior

Foto Rui Oliveira/global Imagens

Naquela que foi a edição da Festa de Outuno com mais afluência de pessoas de sempre, a festa focou-se na comemoração da natureza e na importância da sua proteção, proporcionando várias atividades, tais como workshops, espetáculos de teatro, música e circo, entre outras.

No comunicado de balanço que a Fundação disponibilizou, afirma-se que os visitantes que responderam ao inquérito do Núcleo de Investigação do ISAG – European Business School (NIDISAG) referente à avalição do evento, avaliaram-no como uma iniciativa positiva dando destaque à qualidade e diversidade das atividades do programa, o atendimento, as práticas ambientais promovidas durante o fim de semana e as políticas de gestão de resíduos e poluição. Ainda um facto interessante demonstrado pelo inquérito foi que se concluiu que 30% dos que passaram pelo evento não eram de nacionalidade portuguesa.

Adaptado da notícia de Jornal de Notícias a 29 de setembro de 2019

Tufão Hagibis faz pelo menos 42 mortos

Para além das mortes, assinalam-se ainda 200 feridos após a tempestade. As primeiras 72h são cruciais e por isso as operações de busca e resgate continuam com mais de 110 000 polícias, bombeiros, guarda costeira e exército

Mais de 110 mil pessoas estão envolvidas em buscas e salvamento© REUTERS/Kim Kyung-Hoon

Segundo a emissora pública nipónica NHK, o ministro da Defesa do Japão, Taro Kono, ordenou o envio de 31 000 polícias, lembrando, durante uma reunião de emergência, que as primeiras 72 horas são cruciais para salvar vidas.

A previsão de chuva para o dia de hoje, principalmente durante a noite, com risco extremo de inundações e deslizamentos de terra, alertado pelas autoridades, pode dificultar os resgates. Por essa razão, foi pedido à população que se afastasse das zonas de maior perigo, como rios e montanhas.

Até ao momento registaram-se 42 mortes, sendo que 13 destas ocorreram na província de Fukushima e outras oito na vizinha Miyagi (nordeste), de acordo com a NHK. Segundo dados recolhidos pelas autoridades locais, ainda cerca de 20 pessoas estão dadas como desaparecidas e 200 encontram-se feridas.

O tufão Hagibis teve início sábado pouco antes das 19:00 (13:00 em Lisboa) e, cerca de duas horas depois, chegou à capital japonesa com rajadas de vento até 200 quilómetros por hora, de acordo com a Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês). 

Adaptação da notícia de Lusa publicada no Diário de Notícias a 14 de outubro de 2019

Sede da BBC Londres é bloqueada por ativistas do clima

O protesto é promovido pelo movimento Extinction Rebellion e pretende que seja revelada pela estação britânica a verdade sobre os efeitos das alterações climáticas 

Manifestação pelo clima na sede da BBC, em Londres Foto REUTERS/Peter Nicholls

O grupo de manifestantes chegou à BBC esta sexta-feira bloqueando a sede da estação de TV britânica num protesto climático.

Os ativistas pedem aos responsáveis da BBC que levem tão a sério as mudanças climáticas como foi levada a Segunda Guerra Mundial, fazendo este apelo através de cartazes, bandeiras, danças e canções.

De forma a tornar o bloqueio realístico, alguns dos ativistas colaram as próprias mãos nas portas do lado de fora dos escritórios da BBC.

“Estamos aqui para exigir que a BBC responda à emergência da maneira que respondeu à Segunda Guerra Mundial”, disse à Reuters o porta-voz do grupo Extinction Rebellion, Donnachadh McCarthy. Este afirmou ainda que “a BBC se recusou a declarar uma emergência climática” e continua “a normalizar estilos de vida com alto teor de carbono com programas como o ‘Top Gear’ que promovem”, daí a revolta dos manifestantes.

Até ao momento, a BBC preferiu não comentar as acusações feitas.

Ativista pelo clima em protesto na sede da BBC, em Londres Foto REUTERS/Peter Nicholls

O grupo defende que a desobediência civil não violenta é uma forma de forçar os governos a reduzir as emissões de carbono e evitar uma crise climática que, segundo defendem, trará fome e colapso social.

Adaptação da notícia de Reuters publicada no Diário de Notícias a 11 de outubro de 2019

Brasil é apontado como “modelo de preservação” ambiental

Segundo o Ministro do Turismo brasileiro, Marcelo Álvaro António, o país é um exemplo de preservação ambiental e os incêndios registados este ano na Amazónia estão dentro da média habitual da última década

Marcelo Álvaro António, ministro do Turismo do Brasil© Jake Spring/Reuters

“Os incêndios este ano estão dentro na média dos últimos 10 anos, isso sempre aconteceu, não existe nada de anormal. O que acontece é que há anos em que chove mais, as queimadas são menores, há anos em que chove menos e a tendência é que se queime mais”, afirmou Marcelo Álvaro António, em Macau, numa conferência de imprensa do Fórum de Economia de Turismo Global (GTEF, na sigla em inglês), no qual o Brasil é um dos países convidados de honra.

O Ministro afirmou ainda que o Brasil “tem um cuidado muito grande com a natureza e o meio-ambiente”, e que os incêndios na Amazónia não afetaram o setor do turismo do país.

Marcelo Álvaro António alertou que “é preciso separar a realidade daquilo que é muitas vezes divulgado pelos media. O Presidente [Jair] Bolsonaro tem na ordem de prioridades a preservação do meio-ambiente, só que aliado ao desenvolvimento do turismo no Brasil”, pois no geral o país “é um modelo de preservação para o mundo”.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em setembro, depois de se saber que o Brasil registara 4.935 focos de queimadas na Amazónia brasileira nos oito primeiros dias, mais de 200 fundos de investimento internacionais (que juntos administram 16 biliões de dólares), pediram às empresas brasileiras que adotem medidas contra a desflorestação e queimadas na Amazónia.

Adaptação da notícia de Lusa publicada na TSF a 14 de outubro de 2019

Ecoansiedade infantil preocupa psicólogos

Vários especialistas internacionais referem um aumento dos problemas psicológicos relacionados com as alterações climáticas nos últimos anos

Crédito fotográfico DN

À medida que aumentam as manchetes sobre as mudanças climáticas, crescem os casos da chamada ecoansiedade entre jovens. Um fenómeno que alertou os psicólogos britânicos e é reforçado ao Diário de Notícias pelos especialistas do nosso país, onde também já foram identificados casos idênticos.

Caroline Hickman, professora na Universidade de Bath (Reino Unido) e membro da Climate Psychology Alliance (CPA) reforça:  “Não há dúvida de que elas [as crianças] estão a ser afetadas emocionalmente. Este medo real das crianças precisa de ser levado a sério pelos adultos.”

Já em 2017, a Associação Americana de Psicologia publicou um relatório sobre os impactos da crise climática na saúde mental, no qual falava da ecoansiedade, que é vista como o medo exagerado de um desastre ambiental, no qual se incluem fenómenos como a perda de biodiversidade, os eventos climáticos extremos ou a desflorestação da Amazónia.

Inês Afonso Marques, coordenadora da área infantojuvenil da Oficina de Psicologia refere que adolescentes “sentem que não estão a fazer tudo o que está ao seu alcance, quer do ponto de vista individual quer na lógica de sensibilização dos outros, para travar os efeitos das alterações climáticas e proteger o planeta”.

Segundo a psicóloga esta é uma preocupação real e presente, acrescentado que os jovens podem ter ataques de ansiedade, problemas de sono, sentimentos de impotência, medo ou pânico.

Da influência dos pais à da televisão

Inês Afonso Marques explica ainda que nos mais novos existe uma grande “influência do discurso dos pais, do tipo de linguagem usada e da maneira como vivem este temas”, mas à medida que crescem “há uma maior consciência, um maior alerta para o que veem na comunicação social e o que é falado entre os pares”.

É importante que as novas gerações estejam sensibilizadas para esta temática, considera a psicóloga Ana Gomes, “mas a forma como é abordada – numa dimensão de catástrofe – desencadeia este descontrolo”. “Se os pais transmitirem essa mensagem, desenvolvem-se estas ecoansiedades e outras”.

Adaptação da notícia de Joana Capucho publicada no Diário de Notícias a 2 de outubro de 2019

Governo deseja equilibrar o negócio da sardinha e a sustentabilidade da espécie

Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, manifestou a intenção de encontrar posições equilibradas entre o negócio da venda de sardinha e a sustentabilidade da espécie

Fotografia: Igor Martins/Global Imagens

Iniciou-se este sábado, dia 12 de outubro, a proibição da pesca da sardinha, segundo um despacho assinado pelo secretário de Estados das Pescas, José Apolinário e publicado na quarta-feira em Diário da República. O objetivo é garantir a sustentabilidade da espécie, que todos os anos tem sido alvo de políticas de proteção e suspensão contra a sua captura.

A Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, referiu que, apesar da medida, está previsto um aumento positivo do número de sardinhas em águas nacionais, para o próximo ano. No entanto, as organizações ibéricas da sardinha demonstram-se descontentes, pois consideram que este valor não é suficiente, uma vez que defendem que a biomassa disponível permite uma atualização das possibilidades de pesca até cerca de 19 mil toneladas ainda este ano.

Adaptação da notícia de Lusa no Dinheiro Vivo  a 12 de Outubro de 2019

Máquina recolhe plástico no oceano pela primeira vez

A criação promovida pela fundação Ocean Cleanup procede à recolha de pedaços de lixo visíveis e microplásticos

Foto DR

A criação projetada por um adolescente holandês, em 2012, e desenvolvida pela fundação Ocean Cleanup parece estar finalmente a funcionar. Recolheu pela primeira vez plástico do Grande Depósito de Lixo do Pacífico, que flutua entre a Califórnia e o Havai. Segundo o seu inventor, Boyan Slat, foram recolhidos detritos de vários tamanhos, inclusive microplásticos.

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Foto DR

O sistema consiste numa barreira flutuante de 600 metros de comprimento, que utiliza a força das correntes para capturar os resíduos. Tem a forma de U e uma espécie de rede que apanha plástico até aos três metros de profundidade.

Segundo o The Guardian, 600 a 800 mil toneladas de redes de pesca e  8 milhões de toneladas de resíduos plásticos são deixados no mar anualmente, sendo que é entre o Havai e a Califórnia que se situa aquela que é considerada a maior acumulação de plásticos do mundo.

“A missão para tirar o plástico dos oceanos, que se acumula há décadas, está ao nosso alcance”, afirmou Boyan Slat, destacando que a equipa teve de superar “enormes desafios técnicos” para chegar a este ponto.

Apesar do sucesso desta operação, Slat, agora com 25 anos, reconhece que ainda há um longo caminho pela frente. Um dos próximos passos é criar o System 002/B, que irá permitir suportar e manter o plástico durante longos períodos de tempo na água.

Segundo o The Guardian, o plástico que entretanto for recolhido será levado para a costa, em Dezembro, para ser reciclado.

De acordo com um estudo feito pela equipa de Slat, citado pela National Geographic, as redes de pesca “representam 46% do lixo [do Grande Depósito], sendo a restante maioria composta por outros equipamentos da indústria de pesca, incluindo cordas, tubos para criação de ostras, armadilhas para enguias, caixas de pesca e cestos”.

Adaptação da notícia publicada no Diário de Notícias a 3 de outubro de 2019