Arte urbana num grito pelo ambiente em Estarreja

Obra de Bordalo II na ObservaRia 2015, feira dedicada ao turismo de natureza e à observação de aves.

Conhecido por usar lixo na produção das suas obras de arte urbana, Bordalo II, ou Artur Silva, pegou em para-choques ou caixotes do lixo estragados para dar forma ao guarda-rios. Uma das espécies comum no Rio Antuã e que serviu de inspiração para a obra que Bordallo II está a desenvolver numa das paredes do Multiusos no Parque Municipal do Antuã, em Estarreja.

Esta iniciativa inclui-se no programa da feira ObservaRia 2015 de Estarreja, que decorre nos próximos dias 11 e 12 de abril. A obra irá incluir a coleção ‘Big Trash Animals’ que, como explicou o artista em comunicado, destaca o “fato dos animais serem a representação da natureza e uma vítima da ação do homem”. Nas suas obras o lixo é arte e um dedo apontado ao consumismo.

Se decidir conhecer esta feira dedicada ao turismo de natureza e à observação de aves, aproveite para participar nas atividades ao ar livre (passeios pedestres, barco moliceiro, kayak ou voo cativo em balão de ar quente), workshops e ateliês, inspirados na beleza natural da zona ribeirinha e dos percursos BioRia.

in Notícias ao Minuto

Os sapatos também podem ser vegan

Marca portuguesa No Animal Exploitation (NAE) abre primeira loja em nome próprio em Lisboa.

Os sapatos que Alejandro Pérez calça parecem de pele, mas não são. O empresário tem o veganismo como filosofia de vida — que partilha com a mulher, Paula, e com as duas filhas — e não andaria com calçado feito à base de pele ou de qualquer outro material que atentasse contra a vida de animais. Muito à conta da marca de calçado vegan que lançou, em 2008, com a mulher, a NAE (No Animals Exploitation) e que, depois de se ter implantado nos mercados externos, inaugurou dia 19 de dezembro o primeiro espaço em nome próprio em Portugal, na Lx Factory, em Lisboa.

Fabricados em quatro fábricas portuguesas, os sapatos NAE utilizam materiais alternativos ao couro e com impacto reduzido no ambiente, como as microfibras, a borracha natural, o pneu reciclado ou a cortiça. A coleção seguinte, de inverno, apresentará o Piñatex, material têxtil inovador produzido a partir das fibras das folhas de ananás.

“Trabalhamos com o Centro Tecnológico do Calçado de Portugal, em São João da Madeira, para testarmos estes materiais no nosso calçado. Temos de garantir que, além de vegan e ecológicos, têm as características necessárias de durabilidade, impermeabilidade e conforto”, explica Alejandro Pérez. Encontrar, no início da NAE, fábricas nacionais dispostas a inovar e a fazer diferente foi “complicado. Achavam que nós éramos os ‘maluquinhos’ do plástico”, conta.

in Expresso

Amorim inspira-se nas tendências do ecodesign para novos pavimentos de cortiça

A Corticeira Amorim acaba de apresentar dois novos pavimentos de cortiça, Reclaimed e Authentica, inspirados nas tendências de ecodesign e que privilegiam o recurso a materiais ecológicos e reutilizáveis.

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A gama Reclaimed é inteiramente concebida a partir de visuais de madeiras e pedras previamente usadas e integra a colecção Artcomfort, da Wicanders. Composta por quatro visuais de madeira e três de pedra, a gama distingue-se pela possibilidade de replicar, num pavimento de cortiça, um visual de pedra ou de madeira.

Esta possibilidade deve-se à tecnologia de impressão Realistic Surface, desenvolvida a pensar nos consumidores que conhecem e valorizam os benefícios de um piso de cortiça, mas que preferem a estética de materiais como a madeira ou a pedra.

“Estas novas colecções  continuam a alavancar a cortiça como material de excelência para o design de interiores e em particular para o segmento dos pavimentos”, explicou em comunicado Carlos de Jesus, director de marketing e comunicação da Corticeira Amorim.

in Green Savers

Elizab’hats: chapéus portugueses feitos a partir da reutilização de gravatas

O nome Elizab’hats é um trocadilho entre o nome da designer dos chapéus, Elizabete Palma, e a denominação destes em inglês – hats –, mas o projecto da empreendedora portuguesa é mais do que uma nova marca de vestuário. Ele é um verdadeiro projecto de reutilização de tecido em fim de vida – neste caso, gravatas – que é unido a uma estrutura base de cortiça e transformado artesanalmente em peças únicas.

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“[O projecto baseia-se na] sustentabilidade, a protecção das artes e ofícios ancestrais e o design vanguardista”, explicou Elizabete Palma ao Green Savers. Para além da sustentabilidade e “respeito pela natureza e renovação”, o Elizab’hats tem uma forte vertente social. É que os chapéus são fabricados em empresas familiares e costureiras oriundas de projectos sociais.

“O Elizab’hats surgiu a partir de uma inquietação partilhada: a insustentabilidade do modelo de desenvolvimento vigente na indústria têxtil que coloca a economia como fim, sem defender o bem-estar das pessoas e do meio ambiente”, avança a designer na página do projecto no site de financiamento colectivo PPL.

“Num mundo com recursos cada vez mais limitados, a preferência pela moda ética e sustentável representa uma  ruptura  radical  com  os modelos de produção obsoletos e consumo de resíduos  lineares para um sistema em que os produtos e os recursos são delineados para ter mais do que uma vida”, continua Elizabete Palma.

in Green Savers

Designer inglês planta cadeiras, mesas, espelhos e candeeiros

O designer inglês Gavin Munro acredita que construir uma peça de mobília tradicional pressupõe um trabalho de décadas: há que plantar uma árvore, esperar que ela cresça, cortá-la e transportar a madeira para a fábrica. Para encurtar este período temporal, o designer está a desenvolver uma nova técnica que incorpora o crescimento da árvore na formação da própria peça de mobiliário, seja uma cadeira, mesa ou candeeiro.

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Segundo o designer, ao fazer crescer a árvore na forma que queremos, poupamos energia e combustível – para cortar a árvore e transportar a madeira – e todas as ferramentas necessárias para produzir a mobília.

O processo é simples, explica o Inhabitat. Há que plantar e regar as árvores, como habitual. À medida que estas crescem, é necessário enxertá-las, e quando ficam maduras, colhê-las e poli-las ao gosto do designer. Ao utilizar moldes de plástico que ele próprio desenha, Munro consegue criar mobília de forma mais sustentável – não só cria mobília pouco habitual como produz oxigénio durante o dia e absorve dióxido de carbono à noite.

Segundo o Inhabitat, o designer há muito que tem procurado desenvolver esta ideia – desde que, quando jovem, viu um bonsai em forma de cadeira.

in Green Savers