Microplásticos afetam pinguins na Antártida

Um estudo da Universidade de Coimbra revela que a poluição por microplásticos começa a afetar, pela primeira vez, os animais da Antártida

© EPA/JOEL CARRETT

Uma equipa de investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (FCTUC) confirmou que este tipo de poluição “já entrou na cadeia alimentar marinha”.

“Ao analisarem a dieta de pinguins gentoo Pygocelis papua em duas regiões da Antártida, os investigadores observaram que 20% das 80 amostras de fezes das aves continham microplásticos”, afirma a FCTUC numa nota enviada à Lusa.

As partículas de plástico, com comprimento inferior a cinco milímetros, têm “diversas tipologias, formas e cores, o que indica uma grande variedade de possíveis fontes destes microplásticos”.

“A poluição marinha por plásticos é reconhecidamente uma ameaça aos oceanos em todo o mundo, mas só recentemente tem havido um aumento do esforço científico sobre microplásticos”, sublinha a FCTUC.

“Em zonas mais remotas do planeta, como a Antártida, esperava-se que a presença de microplásticos fosse muito reduzida, embora estudos recentes já tenham encontrado microplásticos em sedimentos e nas águas do Oceano Antártico”, destaca a Faculdade.

José Xavier, autor sénior do artigo, afirma que “esta descoberta é de muita importância para desenvolver novas medidas para reduzir a poluição na Antártida, particularmente relacionada com plásticos, podendo servir de exemplo para outras regiões do mundo”.

Adaptação da notícia de Lusa publicada no Diário de Notícias a 2 de outubro de 2019

Aumento da temperatura no Mediterrâneo ultrapassa a média mundial

Portugal é dos países mais afectados por esta crise climática que afecta 500 milhões de pessoas

© Gonçalo Villaverde / Global Imagens

Segundo declarações do professor Wolfgang Cramer, director científico do Instituto Mediterrâneo de Biodiversidade e Ecologia, a bacia do Mediterrâneo é um dos pontos críticos da crise climática e alguns dos seus efeitos “atingem” esta região “com mais força do que em outras partes do mundo”.

O aumento da temperatura na região do Mediterrâneo já atingiu 1,5 graus em comparação com os níveis pré-industriais e estima-se que no futuro a situação continuará a piorar.

Em 2040, esse aumento chegará a 2,2 graus e possivelmente excederá 3,8 em algumas regiões da bacia em 2100. Além disso, em apenas duas décadas, milhões de pessoas sofrerão com a falta de água na região.

Portugal está também na linha da frente: no Norte do país, no Centro e parte do Sul Interior, a temperatura subirá 2 a 3 graus e, na faixa costeira do Oeste e Sul, o aumento será entre 1,5 e 2 graus.

Estes dados constam do relatório apresentado na passada quinta-feira, dia 10 de outubro, na reunião da União para o Mediterrâneo,da qual Cramer e outros 80 cientistas fizeram parte.

O relatório adverte ainda que haverá mais ondas de calor “mais significativas e duradouras” e “secas extremas serão mais frequentes”

Adaptação da notícia publicada no Diário de Notícias a 10 de outubro de 2019

Especialistas europeus encontram-se em Albufeira para discutir a extinção de algumas espécies

Albufeira acolheu o Congresso da Associação Europeia de Mamíderos Aquáticos (EAAM), que reuniu cerca de 140 especialistas de vários países.

O principal objetivo deste congresso foi perceber se ainda é possível salvar as espécies em perigo, nomeadamente baleias, golfinhos, focas, leões-marinhos, manatins, lontras e ursos polares.

Élio Vicente, diretor do porto de abrigo do Zoomarine , a entidade que acolheu o encontro, relembra que, em pleno Séc.XXI, há espécies que estão a desaparecer. “Temos que ter a noção que muitas espécies já não têm salvação”, diz o biólogo marinho.

As alterações climática e a forma como é tratado o meio ambiente pelo ser humano está a criar mudanças significativas e mesmo a extinção de algumas espécies de mamíferos marinhos.

Élio Vicente lembra que a maior parte das pessoas gosta de golfinhos, de baleias ou focas e deixa a questão: “Se nós humanos não conseguimos tomar medidas eficazes para proteger as espécies que amamos, como será com as que não amamos?”.

Adaptado de TSF

Estudantes portugueses em greve pelo clima

Cerca de 60 jovens de diferentes pontos do país estão empenhados na organização da greve às aulas pelo clima. Esta ocorre mundialmente a 15 de março. Em Portugal, estão marcadas manifestações em Lisboa, Coimbra e Porto, para as 10h30.

Em Lisboa, decorrerá concentração no Largo Camões, sendo o objetivo marchar daí até à Assembleia da República. Em Coimbra e no Porto, os protestos vão decorrer em frente à câmara municipal. Iguais manifestações estão previstas em várias cidades do mundo.

“Exigimos uma resolução para esta crise (climática); queremos que seja prioridade governamental. É o nosso planeta, o nosso futuro que está a ser boicotado”, afirma a organização da greve em Portugal. “Desengane-se quem achar que esta não é a maior ameaça à nossa existência”.

A sua principal tarefa tem sido atrair os membros das associações de estudantes, pois considera serem o melhor canal para chegar aos jovens. Direciona a mobilização aos alunos do secundário e universitários, não motivando que os mais novos faltem às aulas.

A organização espera ver milhares de estudantes nas ruas de Lisboa, Coimbra e Porto – como aconteceu em fevereiro na Bélgica, onde 30 mil jovens se juntaram em três cidades para exigir medidas que travem as alterações climáticas, e em Inglaterra, em 60 cidades.

Um dos organizadores da greve em Portugal, João Zoio, de 18 anos e de Lisboa, afirma que “o problema são os interesses económicos que estão por trás de tudo”. “Importa pôr de lado os interesses económicos de particulares e grandes corporações em prol da salvaguarda de boas condições de vida para as gerações futuras”. Em oposição, “o ambiente toca a todos. E, se continuamos assim, este planeta fica inabitável”. “Esta é a nossa maior crise existencial”, sublinha João. Conta ainda que apenas 2,2% dos deputados presentes no parlamento tem menos de 30 anos. “Como é que nos podemos sentir representados? Eu não me sinto representado”, desabafa.

Inês Tecedeiro, de 21 anos e de Palmela, também faz parte da organização da greve de 15 de março. Revela que junto dos estudantes universitários a mensagem em defesa do ambiente está a ganhar fãs e ativistas. Defende que o ambiente é um dos temas que mais interessa aos jovens e sobre o qual mais procuram informação. “A informação de imprensa que nos chega não me diz o que quero saber, ou não é suficiente”, diz ainda. Prefere ir à procura de informação por si e acredita que os jovens estão cada vez “mais interessados em assuntos que lhes interessam verdadeiramente”.

Outra organizadora da greve nacional, Margarida Marques, de 16 anos e de Setúbal, admite que “faltar às aulas é um problema para os pais”, mas que estes estão mais convencidos de que se trata de um objetivo em grande escala. Margarida está firme: “Também quero ter voz, poder fazer alguma coisa”.

Os organizadores da Greve Climática Estudantil têm inspiração em Greta Thunberg, líder do movimento global “School Strike 4 Climate” (A Escola faz Greve pelo Clima). A jovem sueca de 16 anos protesta pacificamente todas as semanas, desde setembro, em frente ao parlamento do seu país.

O movimento pela organização da Greve Climática Estudantil em Portugal surgiu com Matilde Alvim, de Palmela. Esta lançou o desafio através do Instagram, após ver as notícias sobre o trabalho de Greta Thunberg.

Adaptado de Jornal de Notícias

Plástico descartável foi proibido na administração pública

O plástico descartável foi proibido na administração pública, depois de ter sido publicado em Diário da República a resolução que o determina.

A resolução, que promove uma utilização mais sustentável de recursos na Administração Pública, através da redução do consumo de papel e de produtos de plástico, entrou em vigor em Outubro do ano passado.

“É imperativo repensar e inovar o modo como produzimos, utilizamos e regeneramos o plástico, de modo a aumentar a sustentabilidade de todo esse processo, promovendo, desde logo, a redução da produção de resíduos, bem como a sua reutilização e reciclagem, com vista ao sucesso da transição para uma economia circular”, diz-se na resolução, que destaca os produtos de plástico descartáveis, de utilização única.

A medida vincula a administração pública e o setor empresarial do Estado a adotar medidas de redução do consumo de plástico, mas também de papel e produtos de impressão.

Ficam proibidos a aquisição ou utilização de, por exemplo, copos para café, água ou outras bebidas, pratos e taças, talheres, palhinhas e palhetas de plástico, garrafas (exceto das máquinas automáticas), devendo privilegiar-se garrafas reutilizáveis e pontos de enchimento de água da torneira.

Os sacos de plástico também terão de ser substituídos por embalagens de papel, com exceção dos sacos para lixo indiferenciado.

in Diário de Notícias

Especialista em rios defende que zonas áridas portuguesas têm solução

A especialista indiana Minni Jain, que participou na recuperação de sete rios no Rajastão, defendeu, em entrevista à Lusa, que as regiões secas de Portugal ainda têm salvação, dependendo das boas práticas de quem gere os recursos hídricos nacionais.

A especialista, enquanto responsável da Flow Partnership, interveio na recuperação de sete rios na região árida do Rajastão, na Índia, num processo que permitiu combater, também, o êxodo das pessoas.

Considerando Portugal como “um país com muitos rios”, Minni Jain frisou ser “também muito seco e árido em muitas partes”, para explicar que se os portugueses “começarem a manter a água onde desejam, lentamente os rios recuperarão os seus caudais e tornar-se-ão saudáveis e a correr novamente, mesmo nas regiões secas”.

“Os rios são a nossa vida. Se os rios desaparecerem nós também iremos desaparecer. É uma verdade simples de que devemos ter consciência e agir em conformidade”, disse a diretora da ONG dando o exemplo de “alguns países que dão aos rios os mesmos direitos dos seres humanos” e para quem “a saúde do rio tem a mesma importância da saúde humana”.

À Lusa, Minni Jain falou da sua experiência no Rajastão, cujo “trabalho de rejuvenescimento de paisagens áridas e de recuperação dos rios da região foi feito pela comunidade que, ainda hoje, faz a sua manutenção”.

in Diário de Notícias

Cientistas clonam árvores para combater as alterações climáticas

Arboristas americanos da organização sem fins lucrativos Archangel Ancient Tree Archive, que divulga as maiores árvores do mundo, estão a clonar sequoias, uma espécie praticamente em vias de extinção da família das Taxodiáceas, segundo o Quartz. Estas árvores centenárias podem ajudar a combater as alterações climáticas.

O processo de clonagem das sequoias já foi considerado impossível, por estas se auto clonarem num círculo à sua volta – o “anel de fada”. No entanto, o tempo de vida destas árvores começou a decrescer, impedindo assim que tivessem também tempo para se multiplicarem. Agora, a organização americana descobriu outra forma de replicar esta espécie. Os arboristas notaram que havia brotos basais – material vivo – em redor de sequoias que cresciam em zonas litorais.

Para além de estar em causa a revitalização da espécie, está ainda em cima da mesa o beneficio para o meio ambiente. Se todas as plantas libertam oxigénio e armazenam dióxido de carbono; as sequoias conseguem retirar grandes emissões de dióxido de carbono da atmosfera – a principal causa da aceleração das alterações climáticas. Chegam a recolher 250 toneladas de dióxido de carbono.

“Estas árvores têm a capacidade de combater as mudanças climáticas e revitalizar as florestas e nossa ecologia de uma forma nunca antes vistas”, afirma Milarch.

Através deste processo de clonagem, as sequoias já foram plantadas em bosques no Canadá, em Inglaterra, no País de Gales, em França, na Nova Zelândia e na Austrália.

in Diário de Notícias 

Nova escola ensina ecologia e eficiência energética aos seus alunos

Uma escola está a ser construída na Dinamarca para servir a área das ilhas Brygge, perto de Copenhaga. Esta escola vai ser inovadora por ser feita com o objetivo de se aproximar o mais possível de emissões neutras de carbono, recorrendo a fontes de energia renováveis, espaços verdes espalhados pelo edifício e até tentando produzir a sua própria comida para as refeições dos alunos.

img-61440

O edifício do nova Escola das Ilhas Brygge ocupa uma área de 10 mil metros quadrados, rodeado por mais quatro mil metros quadrados de espaços verdes. Os telhados também têm áreas com jardim, onde vai ser possível cultivar vegetais através de agricultura biológica. Painéis solares e áreas vidradas vão aproveitar a luz natural para poupar energia. A escola também foi desenhada para facilitar o movimento dos alunos de uma área para outra, de modo a promover a boa forma física.

O desenho do novo liceu já premiou o escritório de arquitetura, a C.F. Moeller, que trabalhou em conjunto com outra firma, a Tredje Natur, especializada em projetos com consciência ecológica. A construção vai ser completada até 2020.

in Motor24

Portugal acolheu o primeiro rali ecológico

A primeira edição do Portugal Eco Rally realizou-se em junho integrada  no campeonato de carros eléctricos e energias alternativas da federação internacional – o FIA Electric and New Energy Championship 2018.

Para Portugal é a primeira vez a hospedar uma corrida de rali ecológico, organizada pelo Classic Clube de Portugal em parceria com a (FPAK) Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting.

A corrida automobilistica completou a quarta etapa do campeonato e foi disputada na zona de Oeiras, num percurso com 372 quilómetros.

Quercus considera que novo aeroporto em Alcochete ameaça fortemente o ambiente

A organização ambientalista Quercus considera que a construção de um novo aeroporto em Alcochete “ameaça fortemente o ambiente e os valores naturais”, e diz aguardar o estudo de impacto ambiental sobre o Montijo.

A organização dedicou o mês de setembro à investigação do tema do novo aeroporto de Lisboa, concluindo que as duas opções (reconversão da Base Aérea do Montijo ou construção no Campo de Tiro de Alcochete) apresentam riscos ambientais.

A organização afirma que a construção do aeroporto no campo de tiro de Alcochete representa uma “forte ameaça” para o valor ecológico da área, onde existem 147 espécies autóctones, e critica a falta de estudos sobre o impacto de um novo aeroporto no movimento das aves.

Os ambientalistas alertam também para os riscos sísmicos e dizem que o movimento das aves não foi estudado e como tal estão por avaliar os riscos para os aviões. Para além disso, existem outros riscos ambientais no que diz respeito a “emissões de ruído, emissões de poluentes gasosos, destruição e/ou degradação de habitats naturais e semi-naturais, intrusão na paisagem natural, ordenamento do território, ou mesmo interferências na qualidade da água”.

Em relação ao aeroporto no Montijo a organização diz não poder emitir um parecer por falta de documentação pública disponível, nomeadamente um estudo de impacto ambiental.

Artigo adaptado de uma notícia publicada no Diário de Notícias a 28 de Setembro.